Vélazquez olha para frente. Mas não olha para frente simplesmente. Duas são as possibilidades do seu olhar: uma é que ele esteja olhando para um espelho que se encontra no lugar do espectador. Nos arremete, com isto, para a segunda possibilidade: torna o espectador/observador cúmplice, parte integrante da obra e, neste caso, o trabalho se projeta para fora do estático e frio tecido lambuzado de resinas. De que maneira isto acontece? Fazendo com que o observador passe a fazer parte do quadro, como um quarto ponto do quadrilátero, que se forma a partir do triângulo cujos vértices são formados pelo artista, o homem ao fundo ( na porta) e a anã vestidos de preto. Se destacam pela luminosidade. Este quarto vértice, a luz de quem observa, vivifica a obra, se encontra à sombra ,no desconhecido: remetendo para a contemporaneidade e fisgando o próprio espectador.
Portanto, em sua essência, o eixo principal não é a Infanta, mas o próprio pintor, o criador, o que impõem a suspensão da cena e a sua linguagem. O que liberta a cena às probabilidades interpretativas. Não para o seu tempo, mas para todos os tempos possíveis. O que guarda a chave e o segredo do jogo de espelhos que pinta. No fundo o espelho não determina, apenas sugere. Pinta os reis ou pinta a si mesmo? Sua consciência de dívida para com seus mecenas? Enigma. Justifico a minha releitura ao trazer para o centro da cena o autor, colocando as imagens à esquerda e à direita, como simetrias que se refletem nos espelhos, o restante dos elementos. Um jogo que se busca harmônico. Verde e vermelho – em oposição, reescrevem as sombras e as luzes. Artur Cristóvão Madruga Martins.
Portanto, em sua essência, o eixo principal não é a Infanta, mas o próprio pintor, o criador, o que impõem a suspensão da cena e a sua linguagem. O que liberta a cena às probabilidades interpretativas. Não para o seu tempo, mas para todos os tempos possíveis. O que guarda a chave e o segredo do jogo de espelhos que pinta. No fundo o espelho não determina, apenas sugere. Pinta os reis ou pinta a si mesmo? Sua consciência de dívida para com seus mecenas? Enigma. Justifico a minha releitura ao trazer para o centro da cena o autor, colocando as imagens à esquerda e à direita, como simetrias que se refletem nos espelhos, o restante dos elementos. Um jogo que se busca harmônico. Verde e vermelho – em oposição, reescrevem as sombras e as luzes. Artur Cristóvão Madruga Martins.
2 comentários:
Olá Artur: o teu desenho é muito expressivo,os elementos ocupam bem o espaço e tu exploras criativamente as formas geomátricas. Imagino que em tamanho maior ficaria melhor de apreciar os detalhes. Penas que não fizeste comentários. Abraço, Prof. Bento de Abreu
Professor, não havia publicado o comentário porque era muito tarde quando publiquei o desenho e teria que trabalhar cedo no outro dia, mas estou fazendo agora para que o senhor possa auxiliar-me na minha construção. Obrigado. Artur Madruga.
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